A prisão domiciliar integral de Jair Bolsonaro foi resultado direto da atuação coordenada de seus filhos — Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro — e do deputado federal Nikolas Ferreira, segundo descreve a decisão de Alexandre de Moraes. O ministro afirma que todos tiveram participação ativa na estratégia para burlar as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e manter a influência política do ex-presidente.
Moraes aponta que Bolsonaro preparou “material pré-fabricado” para ser divulgado por terceiros, incluindo familiares, com conteúdo de ataque ao STF e apoio a intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro. O ministro relaciona essa prática ao modus operandi das “milícias digitais”, proibido desde 17 de julho e reiteradamente advertido em 21 de julho.
Flávio Bolsonaro publicou nas redes sociais um vídeo do pai discursando a manifestantes em Copacabana, com a frase “pela nossa liberdade, pelo nosso futuro e pelo Brasil”, e apagou o conteúdo para ocultar a infração. Eduardo Bolsonaro reproduziu ataques ao STF, sugeriu sanções internacionais contra ministros e declarou que “em breve, nem Paris haverá mais para eles”
Carlos Bolsonaro postou foto do pai pedindo que internautas “sigam @jairbolsonaro”, afrontando a proibição expressa de uso de redes sociais.
Nikolas Ferreira, durante ato na Avenida Paulista, exibiu Bolsonaro por videochamada e declarou: “Bolsonaro não pode falar, mas pode ver. É sua forma, mesmo estando preso dentro de casa”. Para Moraes, essa ação foi parte da mesma engrenagem para coagir o STF e obstruir a Justiça.
O despacho conclui que essas condutas, deliberadas e coordenadas, representaram reincidência no descumprimento das cautelares. Essa atuação conjunta foi determinante para a decisão de impor a prisão domiciliar integral, acompanhada de novas restrições: proibição de visitas não autorizadas, uso de celular e apreensão de aparelhos, além do bloqueio de contatos com autoridades estrangeiras e investigados.
Por Cleber Lourenço
Fonte: https://iclnoticias.com.br/eduardo-flavio-carlos-nikolas-bolsonaro-prisao/
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