Resultado
coloca o Ceará acima de 12 estados brasileiros e o Distrito Federal.
O Ceará atingiu, no terceiro trimestre deste ano, a menor taxa de desemprego registrada desde 2012, quando começou a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, divulgada na última sexta-feira (14), o Estado fechou o período com 257 mil pessoas de 14 anos ou mais desocupadas.
Esse valor representa um índice de 6,4%, 0,2 ponto percentual menor que o segundo trimestre de 2025 (6,6%), e 0,3 ponto percentual mais baixo frente ao mesmo trimestre de 2024 (6,7%). Com esse resultado, o Ceará se posiciona melhor que 12 estados e o Distrito Federal.
Entre os terceiros semestres de 2012 a 2015, o maior número de desocupados no Estado foi de 512 mil pessoas, registrado em 2016. Pelos critérios do instituto, é considerada desocupada a pessoa que procurou uma vaga de emprego pelo menos 30 dias antes da pesquisa.
O QUE EXPLICA O RESULTADO?
Para o professor da pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), João Mário, os resultados positivos registrados pelo Estado são consequência de um bom desempenho da atividade econômica.
Como exemplo, ele cita o resultado do Ceará no Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central (IBCR). De acordo com o indicador, a atividade econômica cearense avançou 2,7% até o mês de agosto de 2025, levando em consideração o acumulado dos últimos 12 meses.
Outro índice positivo que corrobora com a análise, segundo Mário, foi o volume de serviços no Estado, que cresceu 2,5% no mesmo período de comparação, segundo dados do IBGE.
Na visão do professor, os serviços são “o principal motor da economia cearense, e isso se reflete em um contexto de maior dinâmica do mercado de trabalho, diminuindo a desocupação em diferentes perfis populacionais”, reflete.
Por outro lado, o secretário do Trabalho do Estado do Ceará, Vladyson Viana, destaca iniciativas de investimento público e privado que vêm ocorrendo no Estado.
“Tanto investimento privado interno, de empresas cearense que tem se expandido e se instalado, gerando mais empregos, como também há a atração de investimentos externos, nacionais e estrangeiros. Então esse conjunção de fatores nos levou a alcançar a menor taxa de desocupação da série histórica” Vladyson Viana secretário do trabalho do Estado do Ceará. O secretário indica, ainda, ações como a Transnordestina e o programa Minha Casa Minha Vida, projeto que considera ser um indutor na geração de emprego na construção civil.
INFORMALIDADE AINDA MARCA MERCADO DE TRABALHO CEARENSE
Apesar da baixa taxa de desocupação, os problemas estruturais no mercado de trabalho cearense persistem, apontam especialistas. O índice de empregados com carteira assinada no Estado, por exemplo, é de apenas 58,9%.
Outro fato que merece atenção é que o nível de desemprego no Ceará no terceiro semestre de 2025 (6,4%) foi maior que a média nacional (5,6%).
“Essa diferença é agravada quando olhamos duas outras taxas, que são as taxas de participação no mercado de trabalho, onde o Ceará tem uma das menores do Brasil, e a de informalidade, onde o Ceará tem uma das mais elevadas do País” João Mário Professor da pós-graduação em Economia da UFC e pesquisador do FGV IBRE
O especialista lembra que o mercado de trabalho da região Nordeste, como um todo, ainda enfrenta pouco dinamismo econômico e níveis de escolaridade menores, o que contribui para os altos índices de informalidade na área.
No período em questão, a taxa de desemprego na região Nordeste (7,8%) foi a maior entre as cinco regiões brasileiras. Nesse sentido, Mário considera fundamental para uma trajetória de crescimento econômico sustentável que o Estado tenha uma boa situação fiscal, de modo a possibilitar investimentos públicos em áreas como educação, saúde, saneamento, infraestrutura e logística.
Além disso, ele defende ser indispensável manter o foco na melhora do ambiente de negócios, visando a diversificação da economia cearense e atraindo setores mais dinâmicos e produtivos.
“Isso permitirá que a economia induza investimentos privados, para além do modelo de renúncias fiscais”, indica. Paralelamente, Vladyson Viana lembra que o desafio de equilibrar o desenvolvimento regional do País é algo estrutural, processo que precisa ser enfrentado ao longo do tempo. Na perspectiva do secretário, um dos esforços para superar o problema seria descentralizar a atração de novos investimentos, com destaque para o potencial do setor energético apresentado pelo Ceará e demais estados do Nordeste.
DESEMPREGO NO BRASIL TAMBÉM É O MENOR DA HISTÓRIA
Nacionalmente, o Brasil também terminou o terceiro trimestre de 2025 com o menor desemprego já registrado: com um índice de 5,6%, a pesquisa registrou cerca de 6 milhões de pessoas desocupadas no País.
A menor taxa de desemprego brasileira, 2,3%, foi registrada pelos estados de Santa Catarina e Mato Grosso. Já a maior, 10%, ficou a cargo de Pernambuco.
Assim como o Ceará, outros nove estados e o Distrito Federal apresentaram a menor taxa de desemprego da série histórica. São eles: Bahia, Espírito Santos, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.
Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/

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