Na ocasião das festividades que Camocim viveu em seu centésimo aniversário, meu tio-avô Tobis de Melo Monteiro publicou o livro Centenário de Camocim – 1879-1979, obra que tem sido objeto não só de leitura, como também de pesquisas sobre a origem de Camocim, bem como suas comemorações alusivas ao seu centenário.
Hoje, passados 46 anos de seu aniversário de cem anos, Camocim celebra seus 146 anos emancipado politicamente do município de Granja-CE. Entretanto, apesar de seus gestores, nesses 46 anos, terem realizados algumas obras importantes de infraestrutura, Camocim não chegou no “futuro é hoje” como foi marca de uma desastrosa gestão no passado recente do município. A cidade não deu o salto evolutivo que merecia e era esperado pelos camocinenses, pois a realidade do município, quando se trata de emprego e renda, é de um atraso tal que é preocupante para a população presente e a vindoura. Durante os últimos anos, tem aumentado o êxodo dos jovens que, em busca de estudo e de uma profissão melhor, deixam a família e a cidade para retornarem na velhice quando, muitas vezes, não tem mais o que aproveitar das belezas naturais de sua terra natal. Já os adolescentes e jovens que não tem perspectiva de melhoria de vida entram ou são empurrados para os vícios das drogas lícitas e ilícitas, abrindo o caminho para a violência urbana. Isso acontece como consequência de se eleger políticos que querem se perpetuar no poder e não tem nenhum interesse de melhorar a vida da nossa cidade, do nosso povo, da nossa gente. Cadê o poder executivo e legislativo de Camocim que não constroem um projeto bem estruturado e sólido para salvar nossos jovens das drogas, da violência e oferecer oportunidade de estudarem e se qualificarem na própria cidade de sua origem?
Lamentavelmente, os últimos gestores, juntando a atual gestão, tem como marca a política velha e ultrapassada do “pão e circo” que é implementada por chefe de oligarquia. Outra política do chefe oligárquico é a prática do patrimonialismo, onde as instituições públicas e seus bens são e estão para servir a gestão e os seus apadrinhados. Triste e lamentável realidade sofrida por Camocim e seu povo!
Diante do apresentado aqui, deixo alguns questionamentos: O que comemorar neste aniversário de 146 anos? Um show evangélico? Um show católico? Mais uma vez um salão de artes e apresentação de fanfarras? Mais uma regata de canoas? Obviamente que cada um tem seu valor, mas é isso o suficiente? E cadê uma gestão transparente e que valorize seus servidores? Cadê a geração de emprego e renda para nossa gente? Cadê uma administração competente e a serviço do camocinense?
Ressalto que, apesar de tudo, parabenizo o POVO DE CAMOCIM, porque acredito que um dia, bem distante ou próximo, não o sei, se levantará ou se levantarão homens e mulheres que farão uma política compromissada, transparente e decente com nosso povo, com nossa gente. Na esperança de um futuro melhor e digno para Camocim e sua gente, digo: Parabéns!
Kaká Lopes

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